Mauro Dellal
Um mar
E de seus olhos orvalhados
desciam pérolas de uma noite fria,
que um dia foram gotas de venturança.
Passaram como gelo pela face dura,
beijaram seus lábios mudos, e salgaram a mais
aquele mar de eterno sem fim.
e de sua boca regada, enfim, nasceu por obra e graça uma flor amarga, castanha como o céu
que o orvalho escondia...
Nascia o dia já morto e envolto em águas jazia.
Chovia e chovia... e o mar, trabalhado em ondas bravias, criava em seu fundo as pérolas da noite para o próximo dia.
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Published on e-Stories.org on 11/07/2006.